Grafite



Grafite, a arte que traz cor as ruas de São Paulo

O grafite de rua  ainda traz muitas discussões até hoje. Para alguns significa uma manifestação artística urbana. Para outros, é um puro ato de vandalismo.

O fato é que o grafite está cada vez maispresente em vários locais da cidade, e através dessa forma de linguagem, a paisagem urbana vem se modificando, e influenciando no comportamento e traduzindo os sentimentos das pessoas.

O grafite é uma forma de manifestação artística ao ar livre. São pinturas e desenhos feitos em muros e paredes públicas. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano.

Os antigos romanos possuíam o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções, tratava-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos.

Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália. Segundo (Dingos) Gilmar Del Barco Junior, 34 anos, escritor, produtor cultural, arte educador e grafiteiro desde 1989, no século XX, mais precisamente no final da década de 60, os jovens do bairro de Nova Iorque nos Estados Unidos, estabeleceram esta forma de arte usando tintas spray e começaram a deixar suas marcas nas pareces da cidade, que deixaram de ser apenas assinaturas e evoluíram para desenhos. 

No Brasil, o grafite surgiu no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros começam a incrementar o estilo do grafite dos EUA, e hoje é considerado um dos melhores do mundo.

Atualmente, em São Paulo, quase 100 mil ruas e avenidas da cidade foram transformadas pelos grafiteiros em verdadeiras galerias de obras de arte. A cidade se destaca no circuito internacional como polo das economias criativas, e parte disso se deve ao grafite.

A admiração é tanta pela arte na cidade, que o grafite de nossos artistas brilha mundo afora, inclusive na vanguardista Europa, a exemplo dos trabalhos da dupla Os Gêmeos (Gustavo e Otávio Pandolfo) e de Francisco Rodrigues, mais conhecido como Nunca. Os três participaram da mostra “Street Art”, que em agosto de 2008 ocupou fachada do Tate Modern, um dos principais museus londrinos.

Muitos grafiteiros contribuem para projetar São Paulo nesse circuito num movimento que se fortalece cada vez mais. A capital oferece cursos profissionalizantes em grafites e intervenções urbanas. Muitos projetos de grafite ganham apoio de escolas, empresas e do governo.

Em um passeio pela metrópole é possível conhecer trabalho de diversos artistas, de diferentes estilos de traços e desenhos, que colorem o dia a dia da cidade.

Um dos pontos de grafite mais conhecidos, fica no túnel da Paulista que leva à Avenida Rebouças é coberto por painéis coletivos, num mosaico que nos coloca o desafio de identificar as diferentes formas de expressão com o uso do spray. Nesse espaço, são promovidas até mesmo edições especiais, com desenhos temáticos.

    Av. Paulista

Em meio à boemia de Pinheiros e Vila Madalena, muros e lojas ganham o colorido do grafite. E é onde está um dos pontos mais famosos de São Paulo, o Beco do Batman, nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros Albuquerque. Totalmente coberto por trabalhos de artistas nacionais e estrangeiros.

Descendo pela rua Cardeal Arcoverde, há travessas em que o grafite está gravado nos viadutos, escadarias e muros escondidos.

   Pinheiros

O roteiro do grafite em São Paulo é bem extenso. Há intervenções em diversas ruas na região da Consolação, no centro da cidade, em viadutos como o Júlio de Mesquita Filho, na estação de trem da Lapa, no bairro da Mooca e outros pontos.

    Grafiteiros - Centro

    Cambuci

    Rua Augusta

    Av. Paulista